A Caminho

14.10.2010

Após um procedimento de aeroporto sem maiores acidentes como: ser obrigada a tirar o sapato e descobrir que sua meia tem um furo gigantesco que você tem certeza que não estava lá no momento que a escolheu ou, ser obrigada a provar que o detector de metais, infernal, deve estar apitando porque detectou aquele enfeite de metal, que você achou lindo e que agora você odeia, na sua calcinha e... que você não tem como provar sem passar por uma situação vexatória... Enfim, depois de um procedimento absolutamente normal, educado, civilizao e o melhor, em português... eis que passo pelo raio-X de Cumbica e me vejo no mundo consumista!
Consegui passar ilesa às delícias sensoriais oferecidas pelo free shop.
Depois: avião! Decolagem tranquila e a ansiedade de iniciar uma leitura. A leitura do livro COMER REZAR AMAR (presente de um amigo, que não é Texano, mas até posso chamá-lo de Richard) .
Mas, eis que surge D. Maria, a senhora de 1938, bonachona, simpática e ENORME que ocupava a poltrona ao meu lado. Confesso. Confesso. Confesso. Pensei: puxa vida... será o o Bruno Mazzeo tem razão quando diz que a pessoa mais obesa sempre estará na poltrona ao seu lado? Sem preconceito, mas temendo a falta de espaço!!!! Entretanto, o sorriso de D. Maria me cativou e lembrei da Mary, que logo, logo irei reencontrar depois de quase dez anos. Ah... essas Marias... Bem... mas a Mary será outra história.
Voltando a outra Maria: é brasileira, aposentada, vive no Canadá há 25 anos e mora no que entendi ser um tipo de "casa de repouso para aposentados". Lá pelas tantas descubro que D. Maria é analfabeta!!!! Choque e admiração. Como ela conseguiu viver em um país sem entender o idioma e sem saber o significado de uma placa sequer?
Bem... foram boas horas de conversa, um jantar juntas e eis que percebo: COMER! Acho que já começou minha viagem.
Depois de jantar veio o cochilo da D. Maria e o meu livro!
Foram 15 capítulos de uma só tacada!!!
A trilha sonora escolhida: Joni Mitchell. Não riam. Achei que combinaria.
Divórcio a parte, encontrei várias semelhanças entre Liz Gilbert e minhas aventuras! Uma delas, o encanto pela língua italiana e Roma. Outra: o estudo de um idioma pelo simples prazer de estudá-lo. Sem grandes explicações e porquês. Aliás, minha nova empreitada: o Russo, causou furor entre os amigos. Minha explicação? Por que estudar Russo? Para os amigos românticos digo que é para poder ler Anna Karênina no original. Para os amigos do teatro, porque nossos mestres são russos. E para os amigos consumistas, financistas, mãe, pai, economistas e afins, porque vou trabalhar como tradutora nas Olimpíadas de 2016! Pronto, explicações fornecidas e ânimos acalmados... o coração voa livre e me lanço na próxima aventura.
E falando em aventura, transcrevo um trecho do livro:
"Viajar é a verdadeira grande paixão da minha vida. (...) Tenho pelas viagens o mesmo sentimento que uma feliz nova mamãe tem por seu recém-nascido barulhento (...) simplesmente não ligo para o que elas me fazem suportar. Porque eu as adoro. Porque elas são minhas. Porque são exatamente a minha cara. Elas podem golfar em cima de mim se quiserem - eu simplesmente não ligo."


P.S.: os posts estão suuuper atrasados... mas, vou postando com as datas... rs rs rs